Foi em Dezembro, quando o frio já se fazia sentir mas o sol ainda brilhava.
Tinha chegado o momento. Estávamos a 4200 metros do solo e o meu estado mantinha-se inalterado.
Nem sequer aquela sensação de vertigem...
Abrem-se as portas. E o rapaz à minha frente salta!
Então sim a sensação muda!
"Mas que raio estou eu a fazer!?" Todas as células do meu corpo a dizerem-me para não o fazer...
"Preparada?" "Que remédio!!"
E saltei!!
Um minuto em queda livre que pareceu uma eternidade.
Uma mistura de pânico irracional com a maior adrenalina que já senti!
Quero que aquele barulho ensurdecedor de quem viaja a 200km/h sem qualquer protecção pare e que as mil e uma agulhas que sinto na cara deixem de me massacrar. As lágrimas
escorrem, apesar dos óculos que uso. Mas quero continuar a viajar no vazio, sem que a gravidade se faça sentir no meu corpo.
O pára-quedas abre-se e nem sequer senti o seu impacto.
Ri-me incontrolavelmente! "Vamos outra vez!!"
O resto do percurso é suave, como um passeio em que a vista é uma tela gigante com uma paisagem que mais parece pintada.
Aterramos e tudo parece um sonho. Algo surreal que queremos voltar a fazer só para ter a certeza de que foi mesmo verdade.
Uma sensação única e viciante, sem dúvida para repetir e aconselhar!
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